O povo de Deus passou por um longo período de formação e, nas diversas fases de seu aprendizado, teve que fazer memória do passado em busca de respostas para a vida contemporânea em família, em sociedade e religiosa. “Reconheça hoje e medite em seu coração: Javé é o único Deus, tanto no alto céu, como aqui em baixo, na terra. Não existe outro! Observa seus estatutos e mandamentos que eu hoje te ordeno, para que tudo corra bem a ti e aos teus filhos depois de ti, prolongando teus dias sobre a terra que Javé teu Deus lhe dará para todo o sempre” (Deuteronômio 4, 39-40).
Esta é a riqueza que a Igreja no Brasil vai aprofundar neste mês de setembro – o livro do Deuteronômio, cuja palavra significa “Segunda Lei”, ou seja, uma reapresentação da Lei em vista da vida do povo na Terra Prometida. É um livro pouco lido, mas que nos exorta a não esquecer o passado, a fim de usá-lo na construção de um amanhã melhor, gerando vida digna para todos. Olhando bem, é um espelho que nos ajuda a contemplar a nossa realidade atual e valorizar os grandes ensinamentos daqueles que nos precederam.
Eis a nossa vez: respondamos ao apelo de Deus
O inspirado lema escolhido pela CNBB para o estudo do Deuteronômio é: “Abra tua mão para o teu irmão.” Um apelo sempre atual, que nos pede uma contínua conversão. Sabemos que em tempos difíceis, Deus suscita novos profetas para ajudar ao povo. Assim foi para nós o Padre Werenfried e a sua obra ACN, em meio às feridas no corpo e na alma daquele exigente ano de 1947. De lá pra cá muitas respostas foram dadas e outros apelos nos desafiaram e desafiam. Toca a todos nós a exigência amorosa de não fecharmos o ouvido, mas de abrirmos o coração e nossas mãos para os que necessitam. Eis a nossa vez, escutemos e respondamos com coragem.
Concluo esse nosso momento enviando a você a minha bênção, enfatizando a passagem que abarca o lema de incentivo ao estudo do Deuteronômio. Palavras que falam para mim e para você: “Nunca deixará de haver pobres na terra; é por isso que eu te ordeno: abre a mão em favor do teu irmão, do teu humilde e do teu pobre em tua terra.” (Dt 15,11).